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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Municípios sem abatedouro público



VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Campos Sales A falta de um abatedouro público nos municípios de Campos Sales, Salitre e Araripe tem levado a população dessas localidades a consumirem carnes de origem duvidosa. O único prédio destinado à este tipo de prática está inacabado há mais de seis anos. Seria um equipamento do gênero que poderia beneficiar as três cidades.

Atualmente, o prédio está abandonado e há o impasse em relação à construção de um espaço deste em cada um dos três municípios. O único equipamento destinado a este tipo de prática está inacabado há mais de seis anos FOTO: AMAURY ALENCAR

O matadouro modelo teve suas obras iniciadas com recursos do tesouro estadual, no município de Campos Sales. Atualmente, o prédio está abandonado e há o impasse em relação à construção de um espaço deste em cada município.

Mesmo com a mobilização de autoridades locais, realizada no ano passado, ainda não foram obtidas verbas necessárias para conclusão da obra e nem tão pouco obtenção de recursos para que cada cidade tenha seu abatedouro específico.

O prefeito do município de Araripe, José Humberto Germano Correia, destaca os pequenos rebanhos existentes nos municípios. Segundo ele, os proprietários que têm animais desejam abater nas suas respectivas localidades. Este é outro problema.

Conforme o gestor municipal, o abatedouro, de acordo com lei em vigor, não é algo simples de fazer, já que deve haver pessoal treinado, especializado, além de um veterinário acompanhando e fiscalizando.

"É um equipamento moderno para garantir a melhoria na qualidade do produto, e sem sombra de dúvidas, a grande saída para os proprietários de gado", diz.

Impasse

Apesar de necessidade do abatedouro, Correia destaca que não houve acordo entre as três cidades, e cobra urgência para a questão. "O Ministério Público está nos pressionando, autoridades municipais e estaduais, e, com tudo isto, acaba sobrando para os municípios, sem mencionar que esta obra tem que ser repensada, porque ela é de grande importância para a saúde de nossa população", diz o Prefeito.

Ele enfatiza ainda que a questão já foi levada para o governador Cid Gomes, que se disponibilizou a fornecer um carro frigorífico para os três municípios, a fim de poder levar a carne abatida para o comércio, em boas condições de consumo.

Correia cita alguns entraves para a concretização do empreendimento. "Financeiramente a despesa é muito alta, não temos gente qualificada para poder manter o matadouro. Tem a questão ambiental, que é muito importante, porque o sangue, por exemplo, é um destino ainda hoje sem nenhuma solução definida em nenhum canto, embora tenham várias técnicas sobre o destino final dele", explica.

Há ainda outra questão. Com o desenvolvimento econômico da região, nos últimos 10 anos, aumentou o consumo de carne no Cariri. Devido a esse fato, Correia acredita que tenha aumentado também o abate.

O que ainda prevalece, com muita incidência nos municípios, são os abates de animais na moita, e este problema tem trazido graves problemas de saúde para a população, que desconhece muitas vezes os riscos de consumir esse produto.

Correia conta que já foram encontrados, em carnes da região, produtos contaminados, que levaram consumidores a óbito, além de deixar graves sequelas em várias pessoas.

"Infelizmente, não temos a menor condição de seguir os padrões de normas estabelecidos, e a solução só viria com a finalização desse equipamento", conclui o gestor municipal.

O aposentado Pedro de Lima Oliveira, disse que está consumindo uma carne de origem duvidosa porque o matadouro, em sua cidade, não tem a mínima condição de abate.

"Eu não sei por que o Ministério Público ainda não chegou a interditar esses espaços. O mau cheiro é tão grande que não aguentamos ficar próximos ao prédio onde é feito o abate desses animais. Além disso, os equipamentos ainda são artesanais, e não se seguem nenhum padrão de higienização", afirma. O aposentado conta que os animais são abatidos e expostos ao sol, à chuva e à poeira.

Dúvida

Já o agricultor Cícero Antônio da Silva enfatiza que os animais, na maioria dos municípios do Cariri Oeste, são abatidos sem nenhum processo de modernização. E o mais grave de tudo isto é que a matança é realizada nas cidades sem nenhuma espécie de fiscalização pelas Vigilâncias Sanitárias locais.

"Tanto comerciantes estão matando os animais até na moita, imaginem o perigo", critica o agricultor. Em quase todas as ruas e distritos, nós podemos observar que a matança clandestina predomina, e quando matam, não tem um transporte apropriado para conduzir até os açougues para serem comercializados", revela Silva.

O agricultor conta ainda que a água, que é utilizada para o abate, sai escoando pelas ruas, os equipamentos são velhos e muitos até enferrujados.

Mais informações
Prefeitura Municipal de Araripe
Rua Coronel Miguel Arrais, 318
Centro
Telefones: (88) 3530.1237, 3530.1280, 3530.1245


Fonte: Diario do Nordeste

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