Seis carros pipa para abastecer uma população de 30 mil habitantes. Em Campos Sales, no interior do Ceará, a água é retirada do principal reservatório, que está com 10% da capacidade.
A estiagem que aflige os cearenses há dois anos obrigou as cidades do interior do estado a adotar o racionamento de água. E algumas delas tiveram que dividir o que resta nos açudes.
Seis carros pipa para abastecer uma população de 30 mil habitantes. Em Campos Sales, no interior do Ceará, a água é retirada do principal reservatório, que está com 10% da capacidade.
"Se não chover, ela fica imprópria. Não dá nem para o consumo dos animais. Quanto mais do ser humano", alerta o caminhoneiro Francisco Solimar Bezerra.
No município vizinho Salitre, os moradores já estão comprando água. Quem pode paga R$ 5 por 200 litros.
"O importante é água na cidade. É o que a gente quer", destaca o carroceiro Eliseu de Alencar.
Hoje, 64% dos açudes públicos do Ceará estão com menos de 30% do volume total. A cada dia, os moradores vêem a água desaparecer dos reservatórios.
Em Canindé, desde o início do período de seca, pequenas ilhas começaram a se formar na área que antes era alagada. Hoje, o açude que abastece a cidade está com menos de 2% da capacidade. Para economizar o que resta, a população enfrenta racionamento.
Mesmo com o reforço de um segundo reservatório na área urbana, a água só chega às torneiras em dias alternados.
"Às vezes não tem água nem na caixa. Não tem porque o pessoal começa a tomar banho e fica sem água. Aí a gente não pode nem fazer a comida", conta a doméstica Terezinha de Jesus Gomes.
"A nossa meta de racionamento é atingir um consumo, ter redução de 40% dos gastos, ou seja, uma economia de 40%", explica Nélson Bandeira, presidente do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Canindé.
No interior, municípios vizinhos disputam a água disponível nos reservatórios. Em Novo Oriente, mesmo contra a opinião da maioria dos moradores, as comportas do único açude foram abertas para liberar água para a cidade vizinha.
"Que Deus ilumine e tenha alguém que tenha compaixão da gente e arranje uma solução para cá", implora uma senhora.
G1
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